Fórmula 1: Oscar Piastri vence o GP da China
Largada do GP da China (Foto: AFP)
Oscar Piastri dominou com tranquilidade o GP da China, realizado neste domingo (23), em Xangai. Largando na pole-position, o australiano fechou a curva 1 na liderança para de lá só sair quando parou para trocar pneus, recebendo a bandeirada em primeiro quase 4s de vantagem sobre o companheiro de equipe, Lando Norris. George Russell garantiu mais um pódio para a Mercedes ao terminar em terceiro.
O desgaste de pneus que complicou a vida dos pilotos na corrida sprint e também na classificação passou longe dos pneus duros, tanto que alguns pilotos partiram para a corrida tendo em mente apenas uma parada. Foi o caso de Lance Stroll, que surpreendeu com um stint de impressionantes 37 voltas com os pneus duros, e também George Russell, que teimou com a Mercedes que havia condições ir até o fim depois de calçar os compostos de faixa branca.
Mas eles não foram os únicos. Na verdade, todos começaram a perceber que seria, de fato, possível ir até o fim com os pneus duros, mesmo que isso significasse sacrificar um pouco o ritmo. Dos ponteiros, apenas Lewis Hamilton fez duas trocas, terminando em sexto, atrás de Max Verstappen.
A Ferrari, aliás, viu Hamilton e Charles Leclerc novamente se tocarem na largada. O monegasco acabou com a asa dianteira danificada, mas conseguiu ser mais rápido que o #44, tanto que a equipe promoveu a troca de posições entre eles para que Charles tentasse buscar o pódio — o que não aconteceu, já que terminou em quinto depois de perder intenso duelo em pista contra Max Verstappen.
Destaque também para a excelente corrida da Haas, que colocou os dois carros na zona de pontos com a parada única. Oliver Bearman, em particular, brilhou com belas ultrapassagens. Gabriel Bortoleto, por sua vez, teve problemas ainda no começo da prova.
Logo depois da largada, errou sozinho e foi parar na brita. Daí em diante, foi uma corrida um tanto solitária no fundo do pelotão, terminando em 14º. De bom, apenas o fato de ter terminado à frente de Nico Hülkenberg, que despencou posições ainda na primeira volta.
Horas após o fim da corrida, porém, a FIA (Federação Internacional de Automobilismo) anunciou a desclassificação de Charles Leclerc e Pierre Gasly, já que os dois carros ficaram abaixo do peso mínimo exigido de 800 kg. Logo em seguida, Lewis Hamilton enfrentou o mesmo destino, mas por causa do desgaste excessivo na prancha do assoalho da Ferrari.
Confira como foi a corrida da F1 em Xangai:
A etapa chinesa trouxe aos pilotos um modelo mais convencional de prova, sem ameaça de chuva, com temperatura ambiente em 27°C, asfalto em 37°C e umidade relativa do ar em apenas 17%. Na pista, com exceção de Stroll, Bearman e Lawson — mais uma vez partindo do pit-lane —, de duros, todos escolheram os compostos médios para o primeiro stint, e o interessante era observar o nível de desgaste, já que o sábado mostrou degradação acentuada dos pneus.
Com Piastri na pole, Russell em segundo e Norris e Verstappen dividindo a segunda fila, várias passaram a ser as possibilidades. Luzes apagadas, o australiano foi seguro e conseguiu bloquear ataque do #63, que deixou uma avenida pelo lado de fora e permitiu ultrapassagem de Norris. Quem partiu surpreendentemente mal foi Verstappen, superado pelas Ferrari de Hamilton e Leclerc.
O monegasco, aliás, acabou se tocando com o companheiro de equipe e quebrou o endplate esquerdo da asa dianteira. Problemas também para os carros da Sauber: Hülkenberg despencou sete posições, enquanto Bortoleto errou sozinho, foi parar na brita e precisou ir para os boxes.
Enquanto Alonso abandonava a disputa, Piastri e Norris já colocavam 1s2 sobre Russell na volta 5, mas a distância entre eles era de apenas 0s5. Hamilton era o quarto, a 1s3 do ex-parceiro de Mercedes, enquanto Leclerc sobrevivia com a asa danificada. Volta 7, e Piastri respondeu, aumentando a vantagem sobre Lando para 1s.
Demorou 8 giros para o primeiro sinal de desgaste aparecer, com Norris reportando à McLaren problemas com o dianteiro esquerdo. A vantagem de Piastri aumentava para 1s3, enquanto Russell não ameaçava em terceiro, quase 4s atrás dos McLaren. Não havia, no entanto, movimentação nos boxes.
Na volta 11, Leclerc entrou na zona de detecção de asa móvel e começou a ensaiar ataque sobre Hamilton mesmo com a asa dianteira avariada. Paralelo a isso, Gasly abriu a janela de paradas e foi o primeiro a calçar os duros. Em seguida, Ocon, Tsunoda e Doohan também partiram para a primeira troca.
Enquanto Piastri colocava 2s sobre Norris e Antonelli e Hadjar realizavam suas trocas, Leclerc abria o giro 13 0s4 atrás de Hamilton, mas ainda longe para tentar a ultrapassagem. Volta 14, e Verstappen e Hamilton fizeram pit-stop, retornando em 11º e décimo, respectivamente.
Piastri entrou para o pit-stop na volta 15, mas acabou atrapalhado por Russell, que também se dirigia aos boxes e atrasou a saída do australiano. Resultado: uma parada de 3s8 que abriu para Norris a chance de tentar dar um giro rápido na liderança e retornar na frente quando parasse.
Foi por pouco, mas a verdade é que quem se deu muito bem foi Russell, que conseguiu passar Norris quando ele voltou à pista e ainda contou com um escudeiro inesperado: Lance Stroll, que largara de pneus duros, disputando efetivamente posição contra os carros de Mercedes e McLaren.
A alegria de Russell durou até a volta 18, já que Norris não teve a menor dificuldade para ultrapassar o carro prateado. Mais dois giros, e ele deixou Albon — de médios e ainda sem parada — para trás para assumir o segundo lugar. Posições restabelecidas, Piastri, Norris, Albon, Russell, Hamilton, Leclerc, Stroll, Verstappen, Bearman e Tsunoda formavam o top-10.
Nesse momento, a Ferrari deu o comando para Leclerc e Hamilton trocarem de posição. O heptacampeão não questionou, mas disse que só faria “quando ele estivesse mais perto”. E a inversão veio na curva 1, logo após a abertura do 21º giro, para que Charles tentasse buscar Russell na briga pelo terceiro lugar.
Quando Albon parou, o top-5 voltou a ser formado por Piastri, Norris, Russell, Leclerc e Hamilton. Dessa vez, Verstappen era apenas coadjuvante, sem ritmo para sonhar com uma briga pelo pódio.
Enquanto a transmissão mostrava pega entre Bearman e Stroll pelo sétimo lugar — e a travada do novato no hairpin da 14, permanecendo atrás do canadense da Aston Martin —, Leclerc se lamuriava pelo rádio por causa da asa dianteira quebrada. “É uma pena, o ritmo estava lá”, disse. E, de fato, precisou de alguns giros para ficar a 0s5 de Russell e entrar na briga pelo pódio.
Russell passou a fazer uma pilotagem mais defensiva, fechando os espaços, enquanto Charles buscava o momento ideal para efetuar a manobra. Na curva 14, ele chegou bem perto, mas não conseguiu a ultrapassagem. A briga entre os dois, aliás, favorecia os carros da McLaren, relativamente confortáveis na liderança.
Na volta 29 de 56, Norris começou a emendar voltas mais rápidas, buscando Piastri. A diferença que chegou a ser acima de 4s já surgia em quase 3s, enquanto Russell vinha distantes 2s9 em terceiro. “Vamos para o plano C”, avisou a McLaren a Norris, que retrucou pedindo para Piastri ir mais rápido, pois “não queria ficar no ar sujo e acabar com os pneus”.
Até então, a estratégia passou a ser um fator dos mais interessantes, pois Stroll ainda sobrevivia em ritmo decente com um jogo de pneus duros de 35 voltas. Russell, por sua vez, já passava a considerar a possibilidade de parada única.
Stroll entrou na volta 37 para colocar os médios, em teoria para ir até o fim. Ao menos no confronto direto contra os Racing Bulls, deu muito certo, pois ele voltou em 14º, à frente de Tsunoda e Hadjar, os dois já com duas paradas cada.
Dos ponteiros, Hamilton foi o primeiro a parar para a segunda troca e colocou mais um jogo de duros. Na pista, quem impressionava era a Haas, com Ocon em sétimo e Bearman fazendo ótimas ultrapassagens, já flertando com a zona de pontos em excelente pega contra Gasly — os dois em condições reais de terminar no top-10. Quando conseguiu a ultrapassagem, consolidou a tática da parada única.
Na frente, enquanto Piastri controlava o ritmo, Norris passou a ter problemas de freios, mas os mais de 8s de vantagem sobre Russell o fez terminar na segunda posição com tranquilidade. De bom mesmo foi a arrojada ultrapassagem de Verstappen sobre Leclerc que valeu um ótimo quarto lugar, dada a falta de ritmo da Red Bull.
F1 2025, GP da China, Xangai, Final:
1 O PIASTRI McLaren Mercedes 56 voltas
2 L NORRIS McLaren Mercedes +9.748
3 G RUSSELL Mercedes +11.097
4 M VERSTAPPEN Red Bull Honda +16.656
5 E OCON Haas Ferrari +49.969
6 A ANTONELLI Mercedes +53.748
7 A ALBON Williams Mercedes +56.321
8 O BEARMAN Haas Ferrari +61.303
9 L STROLL Aston Martin Mercedes +70.204
10 C SAINZ Williams Mercedes +76.387
11 I HADJAR RB Honda +78.875
12 L LAWSON Red Bull Honda +81.147
13 J DOOHAN Alpine +88.401
14 G BORTOLETO Sauber Ferrari +1 volta
15 N HÜLKENBERG Sauber Ferrari +1 volta
16 Y TSUNODA RB Honda +1 volta
F ALONSO Aston Martin Mercedes NC
C LECLERC Ferrari DSQ
P GASLY Alpine DSQ
L HAMILTON Ferrari
A Fórmula 1 volta de 4 a 6 de abril em Suzuka, palco do GP do Japão, terceira etapa da temporada 2025.
Fonte: Grande Premio
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